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Mostrando postagens de setembro, 2023

Quando há benção na música

Há duas situações musicais nas quais eu creio que a benção está presente. Uma delas acontece quando um sacerdote ou organista, ele próprio uma pessoa, treinada e de gosto refinado, de forma humilde e carinhosa, sacrifica seus próprios anseios — todos esteticamente corretos — e entrega ao povo uma porção mais humilde e simples, crendo que, assim, conseguirá levá-los para mais perto de Deus. A outra situação ocorre quando outra pessoa, totalmente ignorante em termos musicais e artísticos, ouve humilde e pacientemente uma obra que é incapaz de apreciar por inteiro, crendo que, de alguma forma, ela glorifica a Deus. Caso não edificar aquele ouvinte inculto, ele assume que a falha deve estar nele, e não no executante. Nem o erudito nem o ignorante devem se desviar desse caminho. A música terá sido um canal da graça para ambos; não a música que os agradou, mas aquela que os desagradou. Ambos sacrificaram e ofereceram seus gostos no mais profundo dos sentidos. Mas no lado oposto dessas situaç

A questão sobre o Cristo

"O que fazer com Jesus Cristo?”. Esta é uma questão que tem, em certo sentido, um lado desesperadoramente cômico. A figura de uma mosca sentada decidindo o que vai fazer com um elefante possui elementos cômicos. Pois a verdadeira questão não é sobre o que nós vamos fazer com Jesus Cristo, mas o que Ele vai fazer conosco. Contudo, talvez, o questionador quis dizer o que fazer com Ele no sentido de “como resolveremos o problema histórico a nós lançado pelos ditos e feitos registrados desse Homem?”. Esse problema envolve reconciliar duas coisas. Por um lado, tem-se a quase geralmente admitida profundidade e sanidade de Seu ensino moral, que não é muito seriamente questionado, mesmo por aqueles que se opõem ao Cristianismo. Na realidade, acho que, quando estou discutindo com pessoas extremamente anti-Deus, elas preferem fazer o seguinte apontamento: “Sou inteiramente a favor do ensino moral do Cristianismo” – e parece ser de aceitação geral que, no ensino desse Homem e de Seus seguido

Um "insight" sobre o louvor

O fato mais óbvio sobre o louvor, porém — seja de Deus, seja de qualquer coisa — estranhamente me escapara. Eu o considerava um tipo de elogio, aprovação, ou honra. Jamais eu percebera que toda a alegria transborda espontaneamente em louvor a não ser que se permita deliberadamente que a timidez ou os medos de entediar os outros o refreie. O mundo ressoa de louvor: apaixonados louvam suas amadas; leitores, seu poeta favorito; caminhantes, a paisagem; esportistas, seu jogo predileto — louvor do tempo, dos vinhos, dos pratos, dos atores, dos motores, dos cavalos, das universidades, dos países, de personagens históricos, de crianças, flores, montanhas, selos raros, besouros exóticos, e às vezes até de políticos e professores. Eu ainda não tinha percebido como as mentes mais humildes, e ao mesmo tempo mais equilibradas e abertas, louvavam mais, enquanto as rabugentas, desajeitadas e descontentes louvavam menos. Nem percebera eu que, assim como as pessoas louvam espontaneamente o que quer qu